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RUAS VAZIAS
Conheci
Os imortais elementos
E seus monumentais fundamentos
Linguagem única
Ortodoxa e sem contornos
Transcendendo a irmandade
Convênios selados
Por uma sobrenatural aderência
E choveu!
Por muitos dias!
Por muitos meses!
Por muitos anos!
Ergueram os piscinões
De forma consensual
Da devastação
Restou o memorial
O crucial a ser feito
Ficou pra quem
Perdeu a seriedade
Ficou sem respeito
Trataram as ruas
Como concessões estatais
Inclinando-se a o comercial
Vendável rentável
Contratos
Licitações e favorecimentos
Profissionais e provisionados
A parada não tem pai
Não tem mãe
Por tanto
Réu sem defesa
Cada vez mais complexo
O organograma
Repleto de funções
Disfunções
Apoie ou se exclua
Ou melhor, fique na tua
Faz muito tempo
Que você não atua
Logo estará
No retiro dos artistas
Ou asilo
Político quem sabe!
Vingança?
Por uma atitude sem liderança?
Mantenho distância
O plano sempre foi esse
Distante do centro
Distante do cetro
Adoradores e adorações
Festividades formalidades
Transito livre
Entre calçadas
Alamedas becos e vielas
Rua
A essência
Não faz mais parte dela
Hip-hop cibernético
Em prol do momento
Isolamento térmico
Ferida aberta sem coagulação
Baixas plaquetas pouca cicatrização
É preciso cauterização
Famintos por aclamação!
Desmagnetize-se
Dilua-se
Emancipe-se
Sei!
Objeções não são bem aceitas
Dentro de tantas seitas
Foi-se a autocrítica
Vez enfática ora emblemática
Traumática
Sei também
Que fomos por muito tempo
Remédio homeopático
Ficamos dramáticos demais
Para ganhar um Oscar
Por fim
Nem selecionados para a cerimônia
Quando éramos inigualáveis
Não existia poder de soberania
Até a imposição
De ditaduras silenciosas
Basta olhar quantos de nós
Abandonou o aquário do antiquário
Transitamos
Por ruas vazias
Pessoas vazias
Sobrou o vazio
Ações irrefutáveis
De um intragável desprazer
É notório o irrevogável
Sei!
Minha fala é sonífera
Cheia de naftalina
Sobreposta
De muitos outros incansáveis
Que o discurso tornou-se blasfêmia
Agora ficar de gari
Juntando fragmentos da jóia bruta
Nos faz displicentes
Garimpando no deserto da desobediência
Acorde privatizaram a jazida
É cada um por si
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