arquivo pessoal
Espetáculo Urbano eu Soul no
CEU Anhanguera Bairro do Morro Doce
Registro fotográfico Renato dos Anjos
"De forma gratuita a arte nos transforma e nos muda de tal maneira que muitas vezes não mais nos reconhecemos, atraindo pessoas para perto da gente por acreditarem que somos maiores do que podemos realmente enxergar!"
ELETROMAGNETISMO
O que nos manteve nas extremidades?
Componentes muito raros
Ou metais pesados?
Seriam os pés descalços
Aparência destoante?
Tom de pele que suporta o sol quente
Ou o dialeto repugnante?
Baldes rasos
Preenchidos coletivamente
Ignorantemente
Educação bancária
Esperando a reforma agrária
Desidratado
Só epiderme
Caracteres do solo rachado
Feras dos campos
Dos pântanos, cerrados, caatingas
Gados marcados
Enclausurados na lobotomia
Consumidor de porcarias
Pragas urbanas
Esquecidas e abandonadas
Todos os fins de semana
Paredes invisíveis
Da bolha intransponível
Retidos em coleiras
Tornozeleiras eletrônicas
Evitam a proximidade
Mesmo que momentânea
"Contenha-se alpinista social"
De que lado?
Quantos lados pra se ver o óbvio?
E quem fornece o ópio
Propicia a catarata
Pois, quem conta os corpos
Não veda mais os olhos!
Entrar ou sair
Não está em discussão
Sem opções
Sem passado ou futuro
Só presente
Carne e alguns dentes!
Rindo da própria tristeza
Digerindo sonhos
Dilacerados ao amanhecer
Torre de babel
Pirâmides egípcia
Linha de produção
Esforço repetitivo
Só precisa ser funcional
Imensurável os níveis de profundidade
Do tecido epitelial
Autêntico o sobre-humano
Apenas esforço
Sobre os frutos?
Querem que apenas
Que...
Sejamos estéreis
Nossos fluídos não se transfere
É heresia
É blasfêmia
Berço de Tupis, Nanbas
Niquins, Afros, Zumbi’s
Kunta’s Kinte’s
Miscigenados dos Brasis
Os que resistem à seleção
Na guerra pra ser alguém
São contos
São lendas
Sem rosto
Sem posto
Algarismos
Registrados e protocolados
Prontos para o teste existencial
Imisturáveis os inorgânicos
Incomensurável e ressoante sonar de golfinhos
Eterna quarentena
Isolados para o contágio
Pandemia controlada
Presságio premonitivo
Fim do sinistro
Periferia é jazigo
Cá estamos
Viris e eréteis
Horas após o açoite
Por quizumba ou mandinga
Incongruência ressonante
Criação cheia de rótulos
Sob escuridão e clandestinidade
Medo, loucura e abstração
Muitos são Sorrateiros
Outros mais criativos
Estarrecidos e pasmos
Quando os deixamos
Calados
E não importa como...
Cores, sons, movimento
Dialética fluida
Contrastando as artrites
Reumatismos e artroses
Calunias e o ponha-se no seu lugar
Uma macha de muitos rostos
Credos, etnias, raízes
Ritos, tribos,
Matrizes ancestrais
Meu eu primitivo
Longe de ti
Sinto-me livre
Sinto-me vivo
Cultura aqui é arte
A arte do quilombo
Minha Oca sua Senzala
Seu chicote meu salário
Meu suor sua riqueza
Não pareço com nada
Não lembro ninguém
Juiz e réu
Sobrevivo da costela de um imenso arranha céu
Sou brita, piche, cimento
IPVA solidão egoísmo constrangimento
Ambição violência o sangue do outro em sua mão
Morte desigualdade
Um mero cidadão
Museu biqueira teatros transporte público
Carro blindado Shopping centers
Segurança privada por metros cúbicos
Incapazes com sonhos iguais aos seus
Órfãos sem corações
Cuidado!!!
Quando de amor formos ateus!
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