quinta-feira, 8 de outubro de 2020

A MARGEM DIZ TUDO


Ano de 1998/99 Projeto Dynamik Legs Mc's - Wild & Legs 
André e Anderson Eternamente os Gêmeos da vila Pestana em Osasco-SP
Captação de imagens para o álbum musical "Hip-Hop não pode parar!"
(foto de arquivo pessoal)


O mundo mudou e nem sempre as mudanças são apenas para melhor, tudo era muito diferente e o Hip-Hop não era tratado como hoje, havia um sentimento e motivo para cada atitude, viver a margem gerava uma comoção, preceitos de humildade e coragem, respeito e dignidade onde todos eram orgulhosos simplesmente por terem passado pelo cruel teste de sobrevivência...!
Tempos de ouro, tempos de gloria! 


 A MARGEM DIZ TUDO


Selva passou a ser só o concreto
O verde
Um abstrato Cartão Postal
Natureza passou a ser 
Sinônimo!

O melhor e o pior
De
Nós!

Balança desregulada
Fora do prumo
O inexato no nível   

Sismógrafo das discrepâncias do “Nobre” subjugo ao desguarnecido

Recursos?

Discursos de algodão doce em água corrente

Minhas
Secreções
E a falta de anti-inflamatório
Para tantas infecções

Margem é o limite
Daqui pra dentro já é abismo
Não há beirais

Desapegados com mundo
Com a vida
Sono pode ser despedida

Filósofos prontos para partidas
Cotidianamente
Idas e vindas

Indeléveis escaras
Sequelas do capricho no açoite

Domesticam feras
Por meio de uma miserável persuasão
Mantendo-os
Preso a Logosofia do resistir para existir

Respirar é pesado!
Pressões e mais pressões
Em metros cúbicos quadrado de dignidade

Inúmeros desvalidos amontoados!

Legado renegado
Peões do xadrez vagabundo
Presença contínua
Contra-regras 
Detrás das cortinas 
Muralhas invisíveis  

Humildade e honra
Honrados Humildades
Virtuosa pureza
Que se condensa apenas no campo das idéias

Parcela do povo
Fração de gente
Imensos entalhes de carne

Espalhados e enterrados numa vala comum
Aos montes
Orai aos montes
Subindo a montanha do caia na real

Meus símbolos
Suas regras
Muralhas verticais e nítidas 

Madeirites repletos de sangue
Palafitas transplantadas
Transfusão de favelas
Existência quebrada
Submundos 
Subgente

Nada impede que um dia acabem com elas
Mas, primeiro dão um jeito na gente

Batentes sem porta, ruas sem asfaltos
Janelas sem paredes
Corpos vazios
Nossas caricaturas

Peças únicas
Últimas peças
Sufoquem-nos com as cotas
Ou o de sempre

Que não dá nem para as coroas de flores!

O fúnebre
Cortejo de metas

A engrenagem pouco se esforça
Para conter a catapulta
Da próxima bala
Pronta pra explodir na agulha

As Balas são perdidas
Mas, os corpos
São encontrados

Cemitérios clandestinos
Nas sub-notificações 
Progressões aritméticas 
Urnas eletrônicas

Fins que justificam meios
Meios que possuem um fim

Escravos do ganha pão
Ansiedade e depressão
Terapia do
Trabalhar pra comer

Ignorante cidadão!

Faxina social
E o caminhão pipa
Trazendo água para lavar
O sangue no asfalto

Canetas Montblanc
Para o tiro a queima roupa
Desfigurando seu rosto
Sumindo com seus dentes
Queimando as digitais

Filhos de mãe solteira! 

Em vazos barro
Não se faz exame de
DNA




















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