quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

DE VOLTA À AQUELES DIAS

Registro pessoal:
Movimento Guetto Osasco ano de 1994 na estação Lapa entre as linhas da CPTM e CBTU
 (Há duas pessoas na foto que não me recordo o nome, mas, vamos lá - da direita pra esquerda embaixo o trio do que viria a tornar-se a Dynamik Legs Footworks, André Lopes "Wild Legs" ao centro Edson "Sínha" e Anderson Lopes "Twist Legs" em pé Regiane, Alessandro "Boquinha" ao fundo Marciel e ao centro "Demétrius")

Em cada lugar da cidade influenciados ou inspirados pelos filmes  de Break Dance incontaveis jovens ensaiavam seus passos, produziam suas coreografias, compravam roupas,  assumiam posturas, engajavam-se em causas, corriam riscos, selavam pactos, pela arte e por meio dela, transformavam o contexto da realidade que os rodeava.

Procuravam de alguma forma fazer parte do todo que representava ser o Movimento Hip Hop!

As músicas e vídeos clipes em evidência, a cultura pop em efervescência, a dança como um Fenômeno Social eclodiu em um sucesso estrondoso que fortalecia os sonhos massificados de jovens guetificados a amar uma cultura que tão pouco conheciam mas, que os representavam de forma única e potente.

A Estação São Bento era um palco porém era nos Bailes Blacks ou de Dance Música da equipes de Som e Djs Paulitanos que os jovens colocavam seu talento em cheque.

Não haviam as festas ou as batalhas de Breaking como vemos hoje e esse período foi muito importante para a validação e consolidação do movimento como cultura, moda, comportamento, arte, educação e como não podia deixar de ser, entretenimento.

Os anos 90's foram incríveis assim como todos os outros, mas, nossas lutas e entendimentos de causas iniciaram ali e validaram o movimento Hip Hop como um gigantesco manifesto que transcendia questões étnicas, religiosas, políticas, sociais, morais e culturais.

O que ele se tornou está aí "firme e forte" repleto de iniciativas e atuações...

Sou eternamente grato a tudo o que me tornei atuando neste momento tão ímpar de nossa história rescente.

Espero que não tenha sido jogados pra fora de bailes por que não podiam dançar ali kkkkkkkk

A atual geração se quer sabe de como foi delicado todo esse processo e o olhar que as pessoas tinha aos dançarinos de Breaking "pé de barro, rodobaca, limpa chão" eram os adjetivos que constantemente eram doados como hinos enquanto os "Largatixas" faziam seus shows repletos de sensualismo e libertinagem enquanto lhes eram pedido "Ibope" nos bailes de Dance Music não era diferente, cabeludos na onda do Rock in Roll eram "Sexsymbol" enquanto Djs faziam Band Glides em suas Technics inspirando-nos a ir além do que podíamos ver.

Tudo fez parte de nossa construção pessoal e de maturidade para que pudéssemos compreender por qual caminho seguiríamos.

Cá estamos!

Distante?

Talvez!

Porém felizes com tudo o que conseguimos nos tornar diante a tantos enfrentamentos!

Na luta pela sobrevivência, passamos no teste, superando dados estatísticos resignificação a arte e seus valores.

Sem saudosismo mais repleto do romantismo de sempre, meu muito obrigado a essa enérgica geração.
Beijo no coração de todos!

Forte abraço de toda equipe
 Tupinikingz Bbmcs

Com vocês!!!


DE VOLTA AOS ANOS DE OURO EM MINHA CULTURA

 DE  VOLTA AOS ANOS DE OURO EM MINHA CULTURA 
13:09 (há 4 minutos)
De volta aos trilhos
Sem a fuga
Sem corre corre
Sem perigos
Sem pular os muros

Sem barulhos
Sem gritos
As festas que fazíamos!

Os bancos do trem agora
Sem a caixa
Sem o bumbo
Sem o grave
Sem ou agudo

Sem os Rap's
Sem os Breakers
Sem as Gangues
E o
"Movimento Hip Hop"

Tão suavemente

Foi-se
Até os desequilíbrios na locomotiva

As palmas
Os risos
Sódios finos
Sais dos olhos

O de sempre

A cada rolê
Nossa brincadeira inocente

Rosto na janela
O vento soprava
O som dos trilhos
Tan-Dan tan-dan

E um futuro que jamais
Chegaria
A não ser
Que fosse como foi...
DE REPENTE

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

NÃO APERTE DEMAIS A VENDA




"Honrar as tradições da cultura Hip Hop é uma das mais importantes missões como B.Boy/B.Girl"


 A afirmação é clara, porém complexa, pois, há uma subjetividade em compreender na totalidade tais preceitos que regem nossas tradições.

O  "Honrar" deveria ser quesito obrigatório para qualquer um que aventura-se a ser parte de nosso fenômeno artistico.

Quanto mais mergulhamos no assunto mais aspectos divergem dentro desta atual  contemporâniedade, o que por si só,   acaba acentuando ainda mais tais de preocupações.

Quando esse entendimento literal precisa a todo momento ser trazido para o figurado e transplantado nas redes sociais, acaba denotando o quanto os reais sentidos e simbolismos aos poucos se perdem nesta ânsia de serem comprendidos.

 A forma como utilizamo-nos do saber cultural dentro de uma perspectiva de ele ser apenas um mecanismo de auto promoção potencializa esse desprendimento a tais princípios, muito por conta também, das experiências nas relações de troca com o  Marketing Corporativo Massivo inserido nas competições atualmente.

Há muito tempo que os elementos já vivem no cada um por si, um parece prestar serviço ao outro, e apenas quando isso quando lhe convém, interações mais profundas com as mídias sociais em que o eu vem primeiro que a própria arte amplifica a sensação que somos maiores que o próprio espetáculo.

Seja nas ruas, intercâmbio entre as Crews, processos socioeducativos institucionais, oficinas com arteducadores, workshops, aulas... Nunca podemos perder de vista a identidade e a postura que completa o todo sobre esse "Ser B.Boy/B.Girl" 

Pensar e refletir sobre seu momento é propor contextualização sobre o assunto, justamente no período em que cada um faz o saber Cultural a sua maneira sem ter um profundo entendimento do que é ser parte desse " Fenômeno Hip-Hop Cultura"

 NÃO APERTE DEMAIS A VENDA!

Lutei comigo mesmo e perdi...
A vitória, diriam que ficou em casa "tá valendo!"

Mas, não está!

O fato de ter brigado (dentro de uma perspectiva de pensar sobre) pra não deixar-se co-influenciar culturalmente pelas competitividade gerada pelas batalhas como único caminho de validar resignificação de seu momento  (parte dizendo ser inerente e outra entendendo-a como fator desagregador de preceitos culturais de pertencimento) dentro do cenário da dança "Breaking" que assolava o momento transitório das gangues nas ruas para os atuais formatos vigentes, fez com que eu pudesse percorrer outro caminho de construção pessoal de postura, tendo a cultura como ferramenta de transformação por meio da arte.

A arte como educação surgia e engatinhava, uma didática, desenvolvida na prática, onde jovens que constituiriam-se como grandes dançarinos aventuraram-se a tornarem-se profissionais educadores por livre e espontânea pressão do "resistir para existir" e assim continuar a viver o sonho, só que agora, sobrevivendo dele.

Tarefa fácil? 

Nunca!!!

 Nossos valores seguiram e foram repassados através dos princípios que regiam com cuidado tudo o que nos troxera até aqui.

Compreender as lutas, os símbolos, signos, memória, identidade, pertencimento, orgulho, sempre foram questões amplamente discutidas e pensadas no decorrer de todo processo construtivo de minha geração, por quem e com quem pude dividir cada etapa do todo que pensávamos ser Hip Hop.

Não foi o único e nem o pioneiro caminho opcional para a "Cultura pelo olhar dos Break Boys" tentamos assim estabelecer entendimentos sobre este "chegar onde chegou" onde muitas estratégias, metodologias e formatos foram chegando, HIPHOPERS foram estudar, e outros tiveram que abandonar a embarcação de sonhos a deriva na luta pela sobrevivência em um país cheio de particularidades e o desigual.

 De repente fomos trazidos até aqui comprando formas que o mundo contemplava como a melhor maneira de continuar atuante, momento em que todos diziam ser o de "Evolução" que agora possuía conceitos sólidos, densos e repletos de defensores.

O medo de a "Parada Crescer Ainda Mais" e nos tornarmos "Só Mais Um" era latente e real!

 Ainda assim, incontáveis procuravam seu lugar na contemporaneidade explorando o máximo que podiam tanto de seu limiar físico, quanto o de seu potencial comercialmente vendável e me parece que, "A fórmula é essa mesmo" pelo menos para continuar existindo.
  
Esta cada vez mais para a alto promoção do que para a filosofia cultural ter garantias de que ainda exista algum tipo de preocupação com tais valores e suas subjetividades, já que, as mesmas não pagam contas e acabamos não refletindo se não há outros meios de garantir a própria subsistência.


O ontem conflita com o hoje e há os que digam que restam apenas tais valores nas mãos de quem realmente acredita que o que se faz por amor a tal cultura ainda se encontra sendo membro de uma Crew.

Olha, tá cada vez mais difícil responder tal questionamento...

As crews tradicionais desaparecem como se nunca houvessem existido, o momento é fulgaz e avassalador, até por que tal conceito é antigo, hoje no cada um por si, tudo é trabalho e profissionalização.

Quem diria que 22 anos depois do que foi aquela batalha dos RENEGADOS no America Graffiti em São Paulo SP em 1997 veríamos o gigantesco King Kong de neon pulsante sendo vendido como mero suvenir... 

Alie-se ou odeie!
Aceite ou marginalize-se!
E, quem sabe assim, algum principio lhe sirva de revestimento.

É assim para qualquer indivíduo, viver das próprias escolhas, indo ou não na contra mão  "Do eu como produto" 

Justifique-se apenas para si próprio,  abrindo discussões, reflexões e instrospecções sobre "ser ou não ser mesmo o momento de constituir-se como parte de uma nova contra cultura.

Não estamos falando de certo ou errado mas, de como o que escolhemos como virtude nos trouxe aqui e ao mesmo tempo está definindo para onde estamos indo...

 Agora, se estamos ou não honrando a cultura Hip Hop com isso,  me diz aí nos comentários...

Como me disse @tbs7812;
 " Hip Hop é Cultura, Filosofia, Politica, Economia, Religião, um Mundo dentro de outros Mundos!"

Grande abraço da equipe 
Tupinikingz Bbmcs
Renegados até o fim


    




DENTRO DE SEU ABRAÇO

  " Sentir-se protegido num abraço de olhos fechados pode não favorecer a compreensão de onde eles veem ou o que vos motiva, entender o...