segunda-feira, 6 de março de 2017

MORALMENTE FALIDOS

arquivo pessoal - foto Renato dos Anjos
espetáculo Urbano eu Soul em Barueri


"Cada vez mais difícil acreditar em nossas lutas quando dependemos de fatores externos, colarinhos brancos são novela que acostumamos a assistir em horário nobre desde que Brasil é Brasil e o que somos? A resistência urbana da arte que não se cala e que constrói elos cada vez mais densos quando entendemos que unidos somos nós por nós mesmos"

Mc Legs BBMCS
 Hip-Hop Culture


MORALMENTE FALIDOS

 Penso, construo, destruo, refaço
Sagaz, um rapaz, sem alma e sem paz

Processando informações
Tomando decisões
Em frações de fingimentos

Inúmeras razões
Ângulos e dimensões
Texturas filamentos

Pigmentos contradições
Cifrando impressões
intuições

Tão só 
Prevendo as confluências
das
 incoerências que podemos nos tornar

Observo os calabouços 
As chaves e os carcereiros
No discurso a palavra medo
E que os fins 
Justificam os meios

Suscetíveis a empatia 
Inclinados aos melindrismos
aprendendo a lidar 
com o ópio em nosso sangue

Indubitavelmente aferindo quimeras
disfarces Híbridos
Só aparências do
vale tudo 
No alpinismo social

Loucura e sanidade
perspicácia aguda
Alegações sensatas
Peritos em discrição

Sem lenço sem documento
Tornozeleiras emborrachas 
x9 e suas  
Delações premiadas 





ASSINATURA



arquivo pessoal - foto por Renato dos Anjos espetáculo Urbano eu Soul
B.boy Concreto - André Lopes
Gêmeos BBMCS

"Milhares transitam pelas grandes metrópoles e no corre-corre do individualismo ficaram esnobe mas, sempre reconhecem suas proezas e do acervo fantástico a vontade de tê-las... Por formas harmoniosas e traços abstratos, nos tornamos fotógrafos e turistas fazemos registros da arte urbana que esbanja seu talento e  que só é vivenciada pela ação do tempo, onde as ruas são nossas galerias de arte e todo muro branco anseia por essa arte em uma espécie de sentimento a flor da pele sob a rebeldia da voz que vem da lata"
André Lopes
Música: Tempos de ouro, tempos de glória!
São Paulo Osasco 1999

Assinatura

Pedaços de mim
 já foram entregues

Neste desejo
carregado para todos os lados

Misturado em cores
recados em degrade

Imagens abstratas
difíceis de entender
De ler
Se ver
Refletido nas mensagens

Mas, não de sentir
De tocar
De registrar
De guardar e processar no pensamento

Pedaços de mim 

O melhor de minhas vísceras
E...
Como sempre
Os mais fáceis de identificar!

Rolinho, Spray, Pincel, Canetão ou Poscas
Um dia de fúria
E
Surgem os sinais
De um pacato
Cidadão

Contemplação de multiversos
Universos paralelos
Realidades distorcidas
Ou tão somente
Apenas mais uma forma peculiar de ver a vida

Sensações e vibrações
Excitações efervescência
Saberes diplomáticos
ou
Sanidade em decadência? 

Nas mãos do boêmios
Manifestando 
Destreza, Dom, Pericia 
Técnica, Método, Regra 
Profissão, Ocupação, Instrução
Conhecimento, Oficio, Saber
Requinte, Primor, Beleza
Astúcia, Artimanha ou Dissimulação

Mas é sua 
Essa arte

Escritores da liberdade
Writers Grafiteiros
Em terras Tupiniquins

A
Dialética
 de
Brasileiros


CAMINHO RESISTENTE

arquivo pessoal
Dynamik Legs Footworks
Gêmeos BBMCS
Congelado&Khoncretto

"Ícones são meios de se acessar a arte e não os donos do saber coletivo, esse é construído nas relações de troca, nos saberes diversificados, nos valores humanísticos, nas lutas por direitos, construção de identidade, na arte transformando-se em meios de acesso a educação, o cerne de amor ao próximo o orgulho étnico dos que no anonimato fizeram com que a cultura urbana alcançasse seu estrelato"
A esses meu imensurável respeito!!!


Caminho Resistente

Conceito de rua
Não é fácil de conquistar

Pintando muros
Fomentando arte é fato
A título de mercenário 

Incompreendido
Rebaixando o alheio
Em muitas das tentativas 

Não há apenas um talentoso
Mas, coexistência

 O que isto é?

Trânsito catastrófico
de incomensuráveis
lendas urbanas  

Incompreensão
Artística
Homicidas de concreto 

Por fim
Inúmeros se quer sabem que 
Wild style 
Não é só estampa de camisa 

Sem holofotes 
A estrada é tortuosa 
Regras instauradas antes de ser colorido 

Difícil de ser lenda 
Sem compreender o inicio

Legado técnico
A ciência de muitos mestres! 

No lema
Só manifeste-se 

Trajetória
Fatos que deixam marcas
Difundidos no saber coletivo 
Retocados
com outros traços 
Visão Caleidoscópica

Brasões de um orgulho hábil 
Sem CEP ou
Itinerário 
Patrimônio humano

Triunfos e angústias
Se misturam a tudo 
Ilegal
Em toda parte do mundo
Até que 
Preconceitos sejam todos refutados

Muitas perguntas
Poucas respostas 
Duro aprendizado nesse giro de costas 

Licenciando-me
Em ossos do ofício 

Seguindo enfrente 
Construindo meu edifício


sábado, 4 de março de 2017

RECONHECE-ME!!!

arquivo pessoal

"Trabalho Socioeducativo realizado no Centro Santa Fé Morro Doce distrito Anhaguera São Paulo"
Dulcemara integrante do Grupo Ilú Obá de Min
(educadora/música/mobilizadoracultural/articuladorasocial)
Anderson Lopes membro do Tupinikingz Hip-Hop Coletivo
(educadorsocial/professor ed.fisica/emecee/b.boy/poeta/mobilizador/articulador/militante da cultura hip-hop)



Reconhece-me?


Afinal
Não somos todos da mesma aldeia?
Não é mesmo sangue
que corre nas veias?

Por que será que tu me odeias?

Não me reconheces?
O que me aconselhas?

Na duvida de seu silêncio
indago
ainda mais

O que será que te alimenta?

Minha rebeldia você não agüenta!

Será que é 
Por que a arte é quem me sustenta?

Ou por que sou talentoso
E assim
disse não a violência?

Nunca me deram nada
e julgam o que sou

Questiona minha ignorância
se surpreendendo 
com o discurso engajado

Minha educação 
são tuas garantias 

Sou o melhor
De tudo o que ofereces

O ensino público 
sempre desacreditado
como quer que eu aprenda?

Deixe as coisas como estão
continuarei 
sendo 

A
 rua 
fora do seu esquema

Do seu
 assistencialismo
que
aliena

Pode continuar
A
ser o
 Papai Noel
Mas,

EU
Cansei de ser sua Hena!


"Jovens precisam ser mais senhores de si mesmos, mudar sua própria realidade, começar a entender o jogo antes das cartas serem dadas, arregaçar as mangas e trabalhar, isto é estudar ou passaram mais uma vida sem entender a luta de seus ancestrais por direitos e garantias" 


OZ CITY BREAKERS - O MALABARISTA

arquivo pessoal
Projeto Viva Cidade ano 2000 - Graffiting e B.boying

(Dingos Del Barco - Japa Low Rider - Dynamik Legs Footwoks Wild&Legs "Khoncretto e Congelado BBMCS - Sonho Tupinikingz)


O Malabarista

Seja o primata autodidata!
Esqueça o botox 
A drenagem linfática!

Estátua de praças
Banheiro de pombos

A ação dos anos 
define bem o que somos

O meio em que vivemos
nos influência

A ignorância e a covardia
Fazem-nos 
acreditar em utopias
Quando perdemos
A tal de filosofia

O ensejo faz
Da dor terapia

Crônicas crônicas 
Perfurantes e agudas
 retiradas somente
 através 
de intervenção cirúrgica

Não cabe a mística
Pois o instinto
É
especialista

Não importa
A dificuldade da logística
iluminismo 
É 
contorcionista

O
 perfeccionista

"Construa suas garantias sabendo que suas marcas no passeio podem ser apagadas e entendendo o fluxo que estás contido se misturando com os demais" 







NEM SEI O QUE PENSAR

imagem do google
criança de rua

"Indescritível voltar todos os dias para casa e abraçar o filho, difícil é ver a vida valendo nada e saber que um tapa de uma mão que deveria educar foi capaz de tirar do mundo uma vida... meus sentimentos a infância e um minuto de silêncio as crianças de rua que lutaram por sua sobrevivência independente do que pensamos a respeito disso"


NEM SEI O QUE PENSAR


Não saber o que pensar
Ou
Como agir
Não é ausência de pensamento
Muito menos
Passividade

Há prudência
Há momento certo
Há incertezas

Na certeza
De que mudanças
nunca aconteceram
Quando a gente deseja
Talvez nem venha acontecer

Acostumamos-nos

Domesticados
a ser 
assim
frios

É
 assim

Muito antes
De nossos ancestrais guerreiros
E suas lendas
 nunca contadas

Aquelas 
as que foram
Escritas com sangue

Nesse RPG
Meus iguais
são os desprovidos

Sem armaduras 
Sem armas
Sem magias
Poucas vidas
No ganhar ou perder
Lutando sem vencer

Heróis e vilões
Destruíram sonhos

Pois,
Sempre há caos
Após seus conflitos

Quem segura
A vida desfalecida
Aos prantos
Da eterna ausência
Tem a alma consumida 

É o que resta!

O que fica?
  
Recordações
Que com o tempo
Questionamos-nos

Se nossos entes existiram

Ou foi nosso subconsciente
pregando uma peça
Nos devaneios
do estar no mundo

Em nossos vilarejos
A vida simples
É
Sobrevivida

Mesmo que no Hard
No Insano
Destoante
Cruel e canibalístico

Somos apenas recrutas!

Dias de lutas
Apenas lutas
Algumas glórias
Rasas vitórias

Nossos corpos feridos
Se quer se curam
E lá estão
Prontos pra mais
Um dia
Lutando para ter
O sopro divino

Ambição
Determinação
Darwinismo
Fortes sobrevivem
E os fracos
Lhe Cabem
O papel de serventia
Embaixo desse
Regime de oligarquias

Dilemas pessoais
Tudo está sob ciclos
Ontem e hoje coexistem
Incompreendidos
Presos em seus dogmas

A trilha até este instante
Exigiu demais
De todos na berlinda
Entre se lamentar
Ou seguir enfrente

 O que se passou
Findou no experimental
Ficou no açoite
Delírios noturnos

A Mente descansa
O Corpo quente em chão gelado

Para onde vamos
É, e será colidente
Com o
Felizes pra sempre
Pesadelos aristocráticos

A mão que afaga
Que educa
Que trás o carinho
Agora é
Carregada de ordem
Intolerância

O capitão do mato
Cumpriu a sua função

A quem traiu?

Ignorância
Levou mais uma vida

A de quem
nasceu
E não viveu
Sonhou e não
Sentiu
O seu sorriso inocente

Poder
Um dia
Ver o lugar
Onde vivemos
Bem diferente
De todas as nossas contradições  



quarta-feira, 1 de março de 2017

FREEARTFEST - O MOLDE MOLDADO


imagem google
obra do artista Gejo 9370



 O Molde Moldado


Homem sem rosto
apenas um documento
Cadastro proletário
Braçal currículo catedrático
Dispensa qualquer
argumento

No senso do IBGE
Só mais um JOSÉ
Ateístas escolhem a dedo
Sofrimento aceita a miséria
preceitos ancorados na Fé 

Ervas daninhas
pólen do solo rachado
Debaixo de sol e lua
domingos e feriados!

Operário padrão
modelo de conduta,
Carregado feito sardinha
No rosto marcas de luta!

Diamante lapidado
 por 
aspirações e imposições
Alicerce da sociedade
vigas de lamentações

Concreto por todos os lados
britas em seus corações
Êxodo lucrativo
asfalto são seus sertões

Grilhões invisíveis
Sentindo a talhada moeda
Consumindo a própria existência,
Vivendo de forma patética

Ócio não é permitido
ser humano calcificado!
Construindo riquezas
Imponência
faraônica
flagelo
de um favelado

Sincretismo resistente 
Em abundância
apenas uma praga
Controlado por holerites
 Pombos ciscando migalhas





FREEARTFEST - TRAÇOS DA VIDA

imagens google
trabalho de Gejo 9370


Traços da vida

Integração de sinônimos
Raízes do que eu sou
Pelas ruas
Rasgo os adjetivos
A única forma
De saber que estou vivo

O que me tornei...
Soma de substantivos
O que passei? 
O que aprendi?
 O que vivi?

Conjugação
Dos verbos
Os que não escolhi
Mas, conquistei
Por trânsito livre
Nas terras onde pisei

Aonde cheguei?
Se é que cheguei
Sem título de nobreza
Refutando sonhos de ser um rei!

Instruindo-me
Pelo que sinto
E o globo ocular

Criando linguagens
Pois, a vida
É um dialeto

Sou a literatura 
Um estrangeiro
Cosmopolita
Eclético

Ingênuo
Na captação
exigente na leitura

Perito
No laudo  
Transcrito
Em traços coloridos

Vejo
Em tua áurea
 uma tela em branco

Sou as cores

Que não deixará

Sua vida
Navegante pela metrópole
Tão simplesmente

Aos poucos
 Perder
Nos raros
Momentos de sobriedade
Lucidez 

O
Encantamento

Sua 
infância
e o meu 
"Era uma vez"  



DENTRO DE SEU ABRAÇO

  " Sentir-se protegido num abraço de olhos fechados pode não favorecer a compreensão de onde eles veem ou o que vos motiva, entender o...