Multidão toma conta do Largo da Batata, na Zona Oeste de SP, no bloco Casa comigo — Foto: Reprodução/TV Globo
"Viver é espetáculo! Nossas relações, interações, ambições e sonhos fazem de nós quem somos e não o tipo de tratamento que recebemos do "poder público" para com o povo que sofre e sente as mazelas do resistir para existir. A nossa força e essência é indubitavelmente superior a toda essa submissão "
Meu povo exala festa
Já
vem escrito na testa
Paixão por música e dança
Uma espécie de clamor popular
Uma espécie de clamor popular
Habilidosos, Criativos
Sorriso estampado no rosto
Eterno amante latino
Sempre um belo par!
Eterno amante latino
Sempre um belo par!
Não
cansa do trabalhar
Antes mesmo de o sol raiar
Põe-se
a levantar
Até a idade chegar
Nunca é só ensaiar
Nunca é só ensaiar
De
segunda a segunda
Sapatilhas nas costas
Coreografando passos
Seu espetáculo
“Angustias de um trabalhador”
No palco do Municipal
Estadual Federal
Inconstitucional
Meio de continuar existindo
Um vívido sonho lúcido
Um vívido sonho lúcido
Todos platéia
Todos artistas
Todos artistas
Estagiário Efetivos Contratados
Terceirizados Encarregados Gerentes
Sub Chefes ou Aprendizes de Patrão
Sub Chefes ou Aprendizes de Patrão
Incontáveis proletariados
Empregados ou desempregados
"No Corre"
Empregados ou desempregados
"No Corre"
Formais ou Informais
Sob os olhares críticos
Acenos da tribuna
Ministros Senadores Deputados
Governadores ou Prefeitos Vereadores
Moendo gente
Provedores de insucessos
Moendo gente
Provedores de insucessos
É em nosso povo que estão os defeitos
"Eu" figurante
Nem protagonista ou coadjuvante
O estrelato
É para ungidos
É para ungidos
República das Oligarquias
Sabemos da supremacia
Na ausência de alguma etnia
Carne fresca e barata
Sabemos da supremacia
Na ausência de alguma etnia
Carne fresca e barata
Sem honra ou
Dignidade
Apresente o bilhete Único
Para o suicídio coletivo
Alpinismo Social
Aos poucos nos dividindo
Uns contra os outros
E o poder aplaudindo
Assessores para torna-los
Mais inacessíveis
Camarote deixa tudo mais plausível
Lâmpadas do espetáculo
Emaranhado de ramificações
Sem neurônios todos os nossos tentáculos
Sente-se
O show já começou
Dignidade
Apresente o bilhete Único
Para o suicídio coletivo
Alpinismo Social
Aos poucos nos dividindo
Uns contra os outros
E o poder aplaudindo
Assessores para torna-los
Mais inacessíveis
Camarote deixa tudo mais plausível
Lâmpadas do espetáculo
Emaranhado de ramificações
Sem neurônios todos os nossos tentáculos
Sente-se
O show já começou
Espere
Não se assuste
Não se assuste
Escrúpulos?
Nunca foi pré requisito
Então não ache esquisito
O banquete aos Urubus
Corrupção é pasta base
Nunca foi pré requisito
Então não ache esquisito
O banquete aos Urubus
Corrupção é pasta base
Faz parte do currículo
Espécime em ascensão
Sem essa de comparação
Preconceito sem constatação
Rótulo de bandido ou Ladrão
Espécime em ascensão
Sem essa de comparação
Preconceito sem constatação
Rótulo de bandido ou Ladrão
Estes são subcategorias
Miseráveis por indução
Ancestrais dos navios Negreiros
Que em favelas encalharam
E delas fizeram
Masmorras decorativas
Que em favelas encalharam
E delas fizeram
Masmorras decorativas
Aprecie
É um lindo musical
Consistente e poético
Salmos de Castro Alves
Sobre funcionais alfabéticos
É um lindo musical
Consistente e poético
Salmos de Castro Alves
Sobre funcionais alfabéticos
Aberta as cortinas
Acordos e delações
Acordos e delações
Alguns milhões
Alguns Grilhões
Sonoplastia lícita
Xadrez Darwinista
Argilosos Alquimistas
Paraíso das orgias permissivas
Alguns Grilhões
Sonoplastia lícita
Xadrez Darwinista
Argilosos Alquimistas
Paraíso das orgias permissivas
Difícil sobrevida?
Pra quem?
Reis
Por trás de grades invisíveis
Destaque de carros abre alas
Pra quem?
Reis
Por trás de grades invisíveis
Destaque de carros abre alas
Sedutor o espetáculo midiático
Hipnotizador
Drama de final trágico
Hipnotizador
Drama de final trágico
Sacode suinga
Remexa pra valer
Remexa pra valer
Aflore a sensualidade
Todos pagam bem pra ver
O orgulho do passista
A favela do turista
Fio dental
E um muito prazer
Beleza natural
Seleção para o comercial
É lindo
O "ser" brasileiro
O orgulho do passista
A favela do turista
Fio dental
E um muito prazer
Beleza natural
Seleção para o comercial
É lindo
O "ser" brasileiro
Pluralismo étnico
Supremacia afrodescendente
Mesmo de cerne Indígena
Em todos
Ritos de Lutas Ritos de luto
Luto e não sobrevivo
Trancafiados no pulsante Mausoléu
Confinado nos morros
Distais periféricos
Confinado nos morros
Distais periféricos
Só um filho Bastardo
Embaixo da incoerências
Da chuva ácida sob o mesmo céu
Embaixo da incoerências
Da chuva ácida sob o mesmo céu
Não há dança de puros-sangue
O acorde é miscigenado!
Acorde
Acode
Quem não pode
Faz por onde e
Se fode
Desarticularão as células inteligentes
Não há Martin
Não há Luther
Não há Kingz
Só bodes expiatórios
Não temos liderança
E se a tivéssemos
Levariam todo o gado para o abate
Acorde
Acode
Quem não pode
Faz por onde e
Se fode
Desarticularão as células inteligentes
Não há Martin
Não há Luther
Não há Kingz
Só bodes expiatórios
Não temos liderança
E se a tivéssemos
Levariam todo o gado para o abate
Escravos sem Capoeira
Apenas um motim filosófico
Cotas e garantias
Não eram para soar
Um conflito
Somos só senso comum
Garantimos disputa
Sem concorrência
Meritocracia?
Nunca partimos do mesmo patamar
Desigualdade pra alguns é mar
Mas, na real é oceano
Ressarcir seria admitir
"Mea-Culpa"
Quem vai assumir?
Velados e silenciosos conceitos pré definidos
Nossos filhos
São os
Nambás
Niquins
Tupis
Zumbis
Zulus
Kuntas Kintes
Apenas um motim filosófico
Cotas e garantias
Não eram para soar
Um conflito
Somos só senso comum
Garantimos disputa
Sem concorrência
Meritocracia?
Nunca partimos do mesmo patamar
Desigualdade pra alguns é mar
Mas, na real é oceano
Ressarcir seria admitir
"Mea-Culpa"
Quem vai assumir?
Velados e silenciosos conceitos pré definidos
Nossos filhos
São os
Nambás
Niquins
Tupis
Zumbis
Zulus
Kuntas Kintes
Vivendo em senzalas mascaradas
Trabalhando por quase nada
Açoitados até morrer!
Religiosidade
Ritualizada
Religiosidade
Ritualizada
Em crendices
Fazendo-nos subalternos
Entre príncipes e reis
Que falam em nome
Do dono do ouro e da prata
Que falam em nome
Do dono do ouro e da prata
Dançamos
Para trazer chuva
Colheremos
Apenas destroços da tempestade
Para trazer chuva
Colheremos
Apenas destroços da tempestade
Marchando pelas migalhas
Bit coins ilusórios
Algemas invisíveis
Bit coins ilusórios
Algemas invisíveis
Joelhos que sangram
Olhamos para o céu
Aguardando lendas bíblicas
Crendo no Messias assassinado
Pelos mesmos motivos
De nosso extermínio
Dançamos
Crendo no Messias assassinado
Pelos mesmos motivos
De nosso extermínio
Dançamos
Não por falta de fé
Mas, pelo faça por onde
Mas, pelo faça por onde
Com as mangas arregaçadas
Mesmo que pareça mais ameno
Mesmo que pareça mais ameno
O doloroso açoite
Conhecemos as imposições
E os por quês
Pois, por muito menos
A falta de...
O silêncio eterniza
E os por quês
Pois, por muito menos
A falta de...
O silêncio eterniza
Dois ou três dançando na ruas
Podem ser atropelados
Enquanto festas
Arrastam multidões
Para o nada em comum
Enquanto festas
Arrastam multidões
Para o nada em comum
O show não tem fim
Espetáculo ininterrupto
Espetáculo ininterrupto
Somente à esperar
A hora de volta pra casa
Se...
é que dá pra descansar
A hora de volta pra casa
Se...
é que dá pra descansar
Trânsito imaginativo
Condensando desilusões
E quem bateu palmas
Dificilmente assistiu a apresentação
Contrários aos feriados
Nos dizem diariamente
Aprendam a improvisar
No ócio que lhe permito
Ter!!!
Aprendam a improvisar
No ócio que lhe permito
Ter!!!
Chega!
Passistas marionetes
Passistas marionetes
Por mais que ecléticos
E de vastos repertórios
E de vastos repertórios
Seus movimentos
São apenas stress mecânico
Em valorosos
Esforços repetitivos
Em valorosos
Esforços repetitivos
Já estouram as tiras das chinelas
Hó relês cidadãos
Hó relês cidadãos
Queres viver para sempre?
Sempre na escuridão
Sempre na escuridão
Não somos dança
Não somos música
Não somos ritmo
Tão pouco o charme do Bailarino
Apenas as velhas
E surradas sapatilhas
Que nunca iram
Contemplar as palmas
Do abrir das cortinas
Não somos ritmo
Tão pouco o charme do Bailarino
Apenas as velhas
E surradas sapatilhas
Que nunca iram
Contemplar as palmas
Do abrir das cortinas